Dia da Liberdade - 25 de Abril
Descer a Avenida da Liberdade é uma das formas de comemorar o 25 de Abril. Apesar de não ser um ritual este ano estive lá. Quando o Presidente da República fala em inovar a forma das comemorações percebe-se melhor que este passeio faz todo o sentido. O 25 de Abril é o dia da Liberdade. Para mim, mais do que as ideias políticas comemora-se esse bem inegável. Talvez esteja banalizado, principalmente para quem, como eu, nasceu pouco antes ou depois de 1974. A liberdade é um conceito de tal forma intrínseco à nossa vida que ninguém o questiona. Até a extrema-direita e os saudosistas a evocam para defenderem as suas causas. Quanto ao discurso de Cavaco Silva apenas posso concordar que aquela forma, no parlamento, pouco diz à maior parte da população. Funciona em circuito fechado, para uns poucos convidados e já ninguém lhes presta muita atenção. Se o 25 de Abril é o dia da Liberdade porque não descerem todos a Avenida (ou Avenidas onde quer que estejam) juntos com a população? Algum medo? Toda a diferença. Hoje os plátanos em Lisboa não ajudaram e o constante largar de penugem tornou o ar quase irrespirável. Foi Salazar que os mandou plantar, de certeza. Pura sabotagem.Adenda (22.00): A noite parece não ter corrido bem para todos. Infelizmente nem todos percebem o significado da palavra Liberdade. Estes grupos são rotineiros a provocar desacatos. A polícia, tão elogiada no golpe à extrema-direita, devia investigar alguns destes sectores radicais. O respeito pelos outros é similar. Isso não desculpa a aparente brutal carga. A superioridade da liberdade está no respeito pelo indivíduo, se eles não percebem a polícia tem obrigação de o saber. No dia da Liberdade não era possível lutar pelo que queremos e esquecer um pouco aquilo que não gostamos? Chamar a esta concentração anti-fascista é um insulto. São apenas arruaceiros.



