sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Empréstimo pago nas bibliotecas

A discussão em torno do empréstimo pago nas bibliotecas não é nova. Regressa pela mão de uma condenação de Portugal no Tribunal de Justiça da União Europeia. Tudo começou com a infeliz Directiva 92/100/CEE do Conselho, de 19 de Novembro de 1992, relativa ao direito de aluguer, ao direito de comodato e a certos direitos conexos aos direitos de autor em matéria de propriedade intelectual. Confesso que enquanto autor concordo com todo o tipo de protecção que possa ser dado quanto ao uso indevido das obras (artísticas ou científicas); o que não compreendo é que se vá mexer num dos principais aliados dos autores: as bibliotecas. No caso português a defesa da directiva ficou a cargo da SPA, uma instituição que tenta sair do limbo financeiro e que representa muito pouco fora do meio artístico e literário. Os bibliotecários têm estado especialmente activos e despertos para a questão através da sua associação. Uma solução seria a entrega do dinheiro "cobrado" às próprias bibliotecas para actualização das colecções. Ao comprarem mais livros acabariam por "ajudar" os autores. Mais informações por aqui, aqui e um pouco por toda a comunidade bibliotecária.

3 comentários:

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Não concordo que se cobre nas biblíotecas pelo serviço de empréstimo dos livros. Tem que haver equilíbrio neste tipo de decisões e creio que uma opção de cobrar serviços a este nível seria um tiro no pé. Além do mais em Portugal j´+a somos tiranizados em excesso com taxas mais taxas e impostos e tantas outras formas directas e indirectas de espoliarem o povo para alimentar um Estado que serve de cotada a uma elite medíocre...
Obrigado pelo "link" ao Blogue dos Navios e do Mar. Também o acrescentei aos favoritos no blog.

Ralg disse...

Caro Luís Miguel Correia,

Primeiro obrigado pelo link.

Esta mensagem é mais um desabafo. Principalmente porque não confio em dinheiro entregue a uma instituição com o passado financeiro da SPA. Depois há a questão dos países que aprovam directivas e mais tarde assobiam para o lado e não as cumprem...

Obrigado e volte sempre.

J. C. S. J. disse...

Havia de ser lindo pagar por todos os livros que se consultam para fazer uma tese, alguns deles pedidos ao longo de vários dias ou várias vezes requisitados ao longo dos anos.
O Bulhão Pato, Brito Aranha, João de Barros, etc. haviam de ganhar muito com isso.
Já o mesmo não se passaria com a Margaria Rebelo Pinto: pois é muito requisitada na BN.

Um abraço