domingo, 17 de fevereiro de 2008

Causas Públicas II

A propósito da última mensagem recebi de um anónimo o seguinte comentário:

"Breve reflexão sobre os operacionais" (expressão que considero algo redutora...): Será que alguns deles não serão técnicos experientes e competentes, cujo saber acumulado, atitude crítica e pró-activa lhes permite ter visão...? Será que não é isso mesmo que faz com que sejam afastados dos centros de poder, constituindo uma ameaça o facto de revelarem capacidade de trabalho e de poderem realizar voos diferentes... ?
Enfim... causas pouco públicas...
Continuação de boa intervenção junto dos "operacionais"...!

17-02-2008 13:48"

Apesar de anónimo (não sei se voluntário ou não) coloca questões importantes e interessantes. A resposta que tenho é a seguinte:

1º- O conceito de operacional aqui utilizado não é o mesmo que vigorará no novo regime de carreiras. São os que estão no terreno. Eu agora não estou, com excepção de um projecto que interessa pouco para aqui.
2º- Claro que são competentes e experientes. Caso contrário os serviços não funcionavam, e funcionam bem, pelo menos os que conheço melhor. Sem eles aquilo que faço agora não tinha sentido nem existia. O meu objectivo último é ajudar os operacionais a serem ainda mais operacionais.
3º- O serviço público existe para servir, não para nos servirmos. O ideal seria que a grande maioria de Funcionários Públicos fossem operacionais. Infelizmente os "serviços internos" servem, muitas vezes, para criar problemas e não soluções.
4º- Sim, muitas vezes a capacidade de crítica é vista como uma ameaça. Não acredito que isso aconteça comigo ou com quem me dirige, caso contrário não teria aceite o convite. E sim podia!

A Causa Pública é hoje um chavão quando as oligarquias partidárias tomam conta de tudo e as amizades se sobrepõem ao trabalho e à competência. Mesmo assim recuso-me a ceder ou a desistir. Não posso é esquecer a hierarquia e os deveres que tenho (não há só direitos como muitos pensam) e por isso não encontram aqui casos práticos, nomes ou situações identificáveis com determinados serviços. Não posso e não devo.

3 comentários:

Anónimo disse...

O esclarecimento é bem-vindo. Sim podia ser involuntário, mas não, foi apenas casual, a identificação de quem opina não é relevante, o conteúdo esse sim, pode ser, ou não, mais interessante. Assim vou permitir-me voltar a comentar o referido, ponto a ponto:
1) Operacional é o que opera, executa, produz algo, independentemente do tal novo regime.
2) Podem ser competentes ou não. A falta de funcionalidade dos serviços continua, ainda hoje, a ser uma realidade e quem não a reconhece...
3) Grande ideal…
4) Que sorte! Nem todos os sistemas propiciam essas condições favoráveis à evolução e satisfação profissional.

Felizmente que hoje tudo, até os serviços públicos, começam a funcionar de forma diferente. Aqui estamos em desacordo, a causa pública, tendencialmente com as novas gerações de funcionários, deixará, assim acredito, de ser manipulável pelos interesses particulares e poderá cumprir o seu objectivo pelo bem comum. Será resultado do sistema de avaliação ou do programa Simplex…

Anónimo disse...

Infelizmente, eu não acredito, que tendencialmente com as novas gerações de funcionários (públicos)a causa pública deixará de ser manipulável pelos interesses particulares. Pelo contrário. E isto perante a (crescente) entrada para a FP, através do factor C. Criam-se neste contexto, redes de favores, numa espécie do "toma lá, dá cá". Caberá a pessoas/ funcionários, como o autor deste blog, que me parece ser alguém (bastante)esclarecido e consciente do que o rodeia, ajudar (os operacionais) a que não seja tanto assim.A ver vamos!

Ralg disse...

Quanto ao elogio sabe bem e agradeço mas não tenho a presunção de achar que faço muita diferença. Conheço vários como eu mas as fontes de poder não têm o mesmo entendimento. Quanto ao factor C. é um princípio como outro. Se ao menos "eles" fossem bons...